the land of confusion

my closest friend

Minha Querida,

São tantas as palavras que quero escrever, mas nenhuma delas significa mais que o meu próprio pensamento. Vaguei-o por entre as lembranças e faço um balanço tão positivo quanto a própria existência. A nossa amizade é uma dádiva que não quero desperdiçar.
O tempo escasseia, e o dito por não dito não deve ser uma constante por todas estas linhas que juntas escrevemos. Seize the day, seize the moment, seize everything you ever wanted.
Ultimamente tenho-me prendido ao egoísmo, há certas atitudes que justificariam o meu comportamento ultimamente, mas nada justifica as acções que para ti tenho tido, mesmo que tenhas movido mares e desertos que instalasses fortes tempestades nos meus dias, nada justifica a minha falta de compreensão, a minha falta de afectividade e até a falta de um bom dia. Nada.
E é agora, ao escrever tudo isto que me apercebo o quão bonito e o quão precioso é ter uma amizade como esta, que nos levanta, que nos ajuda, que nos faz sorrir, mas também que nos faz chorar, que nos faz ficar mal, que nos faz por vezes querer desistir, mas desistir não é um conceito que conste no meu dicionário, pelo menos no que toca a ti.
Quero elogiar-te por todas as vezes que não me deixaste errar, por todas as vezes que me abriste os olhos e ver o lado bom das coisas, por todas as vezes que me fizeste sorrir quando a vontade que tinha era de chorar, por todas as vezes que me ouviste e aconselhaste, por tudo o que não consigo expressar. E hoje, olho para trás e digo que nada foi em vão, nem as discussões, nem sequer quando nos afastamos. Porque isso fez com que reagíssemos e lutássemos uma pela outra.
Com isto quero dizer que nenhuma divergência será suficiente para acabar com o que construímos, que a rigidez e a permanência neste patamar é sólida o suficiente para que juntas possamos continuar a construir os patamares que virão.
São todas as peças que transportamos, umas mais leves, outras mais pesadas, outras que nem o nosso peso suporta mas que juntas suportamos todo o peso do mundo. No final, olharemos juntas para o que nos sustenta e orgulhosas diremos que só conseguimos levar a cabo isto, porque não nos separámos; que superamos muitas coisas, boas e más, mas que superámos.
Nestes momentos de introspecção é que realmente vejo o quanto é bom poder ter-te, poder dizer que és a minha amiga, e ainda mais, poder dizer que és a minha melhor amiga!
No final, constato que durante todo este tempo, temos sido mais que duas simples amigas. Que durante todo este tempo construímos algo que está além da explicação e da definição. Construímos algo digno do transcendente.
Esta carta teria muito mais palavras, se eu alguma vez as pudesse escrever. Teria muitas mais linhas para que te perdesses tal e qual como eu a lê-las, a desfrutar de um remake da nossa história. Olha para nós, duas adolescentes com quatro anos de história em conjunto, com as nossas diferenças claro, mas mesmo assim pudemos chamar a nossa história.
Peço-te desculpa, por todas as vezes que te falhei, a todos os níveis, pela falta de dedicação, falta de compreensão e falta de tudo, mas há vezes em que os olhos cegam e nada vêem além do próprio umbigo, mas é em momentos destes em que nos apercebemos o quanto erradas estamos, e o quão parvas estamos a ser quando ignoramos o que nos rodeia.
Peço-te também mais uma coisa, que não te escondas mais no teu mundo a não ser quando seja realmente necessário, que fales comigo tudo e eu tudo farei para que te sintas melhor, ou simplesmente partilhar da tua felicidade. Porque a tua felicidade é a minha felicidade e a tua tristeza é a minha tristeza.
Espero que recordes durante muito tempo todas estas palavras que acabei de escrever, não digo para sempre, porque o "para sempre" é muito tempo. Mas que me recordes o tempo que achares necessário. Que não me deixes assim como nunca te deixarei. Que lutes por mim, assim como eu lutarei por ti. Que sejas a amiga que sempre foste para mim, que eu continuarei a sê-la o quanto perfeita conseguir ser.
Assim termino esta longa carta, com orgulho na mulher que te tornaste e na amiga que és Rita Angélico.

Soraya Morais

2 comentários:

Anónimo disse...

que homenagem linda! parabéns

Anónimo disse...

o amor de melhores amigos é lindo :') *

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