Escrevo-te pois é a única maneira, mesmo sendo ídilica, de chegar até ti.
A única e a mais simples maneira que tenho, para te demonstrar um lado raro em mim. Sei que há vezes que te vejo e não te retribuo o sorriso que me mostras, não penses que não te quero sorrir nem tão pouco penses que não gosto da tua atitude, pois se algum dia admitir que a tua atitude não me impressiona minimamente, estarei a mentir.
Gosto de tudo em ti, de tudo o que já tive oportunidade de ver e conhecer. Gosto particularmente, da alegria que trazes a diário, da tua simplicidade em tudo o que fazes ou dizes, até da tua "parvoíce", pois é espontânea e adequada. Em tudo o que dás, dás um pouco de ti mesmo, (até eu, sabendo que és uma esfera que pouco ou nada deixas passar, a não ser, exclusivamente, aquilo que queres mostrar).
És aquilo a que eu gosto de chamar "paz de alma".
Tomara eu, que algum dia me perguntasses o que me cativa em ti... rapidamente te interpelava com o maior sorriso que pudesse desenhar no meu rosto, e dizia-te que correspondes exactamente à outra metade de mim. É de ti que preciso para conseguir o equilíbrio que há tanto imploro.
Desde o teu aparecimento, que o meu cérebro fervilha, pensa e repensa, em mil e uma maneiras de conseguir cativar-te, tanto ou quanto, tu me cativas.
Este síndrome cansativo, mas ao mesmo tempo saudável, mantém-me muito mais viva do que outrora.
Podera eu, alcançar-te num gesto tão ou nada comum, como um beijo roubado. Apenas isso me daria alguma certeza, mas até não te mostrares receptível a tal acção, mantenho o segredo bem escondido.
Pudera eu, mostrar-te mais do que te mostro. Pudera eu, muito mais do que te posso dizer. Pudera eu, insinuar-me e estar apta para o teu "sim". Mas tenho medo de me precipitar e de me magoar, e de te pressionar. Longe de mim querer perturbar-te e ser um empecilho na tua vida não tão fácil.
Espero que esta dúvida termine, e que a resposta chegue tão rapidamente como um final, ou amanhecer de um dia, pois não vejo a hora de poder recuperar o tempo que já passou e de finalmente poder dizer-te tudo aquilo que me fazes sentir.
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