Quis dizer-te o que há muito tempo carrego em mim, mas no momento propício a dizer este algo que tanto balança em mim, o silêncio antecipou-se e tomou o lugar das palavras.
O teu olhar fulminou o meu, numa passada arrebatadora fez com que o ar se torna-se irrespirável, que a temperatura do mais gelado lugar se elevasse ao seu extremo, que a arritmia se manifesta-se no músculo, ao qual se chama coração, que lateja no mais íntimo de mim.
Presa no teu monótono silêncio, iludida pelos teus gestos a dúvida alastrou-se corpórea e incorporeamente em todo o meu limite humano e animal(...) e isso só bastou, para que a decisão que outrora (já) retida em mente, se desvanece-se como o nascer do sol num dia de nevoeiro.
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