the land of confusion

i'll face my darkest fears

Não sei em que pensava, quando dei por mim estava à beira do abismo. Foi como uma realidade abstracta produzida pelo meu subconsciente.
Estava frio. Não cheguei a perceber se era noite ou era dia, mais me pareceu que o tempo havia parado, mas havia um outro movimento. Algo que eu desconhecia. Mas eu continuava ali na berma do abismo, como se esperasse alguma coisa; os meus pensamentos não eram coesos, eu não estava certa de nada mas permanecia hirta naquela paisagem sombria.
Algo me impedia de olhar para trás, alguma força invisível me prendia o olhar em frente. A minha alma congelava à medida que o movimento se dava. O céu que coloria aquele lugar, era o mesmo desde o inicio. Não havia vento, mas eu estava fria que nem mármore. A terra por baixo dos meus pés era seca e não sujava, as palmas das minhas mãos suavam como se estivesse pronta a enfrentar as minhas mais resignadas fobias.
Quis acordar e não consegui. Apercebi-me logo que não se tratava de um sonho, nem de uma armadilha do meu inconsciente. Uma adrenalina, electrizou o meu corpo. Estava incapaz de transmitir qualquer emoção.
Na direcção para qual eu olhava, mantinha-se inerte, inóspita até que um vulto se aproximou do outro lado do abismo.
Não reconheci tal silhueta, nem tão pouco o seu rosto até que o silêncio rompeu quando uma voz lutou contra a lacuna existente entre nós e pronunciou palavras quase inaudíveis. Tentei falar, mas só se ouviu os meus gritos mudos no meio daquele deserto. A voz retorquiu novamente, e na longa e extensa frase que o vulto balbuciou só percebi a palavra "desistir".
(...) de certo modo sem que o vulto não quis dizer para eu desistir, mas o meu desespero era tão grande que me atirei do abismo, e antes mesmo de repousar o meu cadáver no chão, acordei.
Continuo a achar impossível eu ter sonhado, mas, após este acidente que sofri há uma coisa que se mantém muito clara na minha mente: que desistir, é algo que não se adequa a mim.

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