the land of confusion

cegueira *induzida*


Neste porto secreto, sepulto as minhas ilusões envenenadas pelas vivências. Perpétuo, o meu estúpido sofrimento por algo sem forma de ser, arrasto-ma perante os caules da rotina à procura do que nunca existiu. Desfragmento-me de tanto pensar.
Esta dor tremenda, que tenho em erro fecundo nas minhas acções. Incapaz de avançar, torturo-me com os malabarismos deste destino que me faz de palhaça perante esta multidão.
Sou multifacetada, nada nem ninguém, pelo menos no seu estado de sanidade perfeita, poderá caracterizar-me como certa, pois sou um ser indomável e de mil e uma razões e de mil e uma feições.
Neste bicho papão, que criei com estas mãos, apercebo-me... que me estou a destruir. Pouco a pouco, mas já se nota que algo foi mudado, toda a irreverência se apagou como quando a chama de uma vela termina com o pavio. O aroma de pensamentos que antes, era o meu acto de criação, tornou-se tão banal como qualquer outra essência.
Guio-me no escuro, sem que ninguém saiba que na presença da luz... eu sou cega.

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