the land of confusion

Demasiado tarde ou demasiado cedo?


"Se tivesses ido à luta por nós, digo-te com todas as certezas que no futuro tinhamos casado e tinhamos os nossos filhos". Foi o que me disseste depois do meu sonho ter acabado e o meu castelo ter-se desmoronado, isto talvez para me culpabilizares mais. Depois de me enfraqueceres ainda me tentas iludir novamente com os teus jogos de palavras? Usas eufemismos para tirares mais partido da situação e teres o gozo de veres a minha alma desfeita, um fragmento de espelho perdido no tempo e no espaço.

Arrancaste-me esperanças, viste os meus olhos a perderem brilho, o meu sorriso desvanecer por entre a cobardia e o produto final foi a fraca figura em que me tornei. Sem forças para começar o que não mais imaginei sem ti.

Foste "o", ofereci-te o que demais tinha, o meu amor.. Tarde demais me arrependi, passaste de fulcral para um ser totalmente banal. Apercebi-me que fui um mero passatempo para ti um "part-time love", descobri que fui o total desperdicio de tempo. Agora é tarde para falar, para me arrepender e, ou até mesmo, olhar-te com significado positivo. Que vale isto tudo, se não tenho o meu apoio fundamental, o melhor da minha vida, a razão da minha alegria e em paralelo do meu sofrimento.

Nem mesmo agora te consigo desprezar.

Nunca pensei deixar tudo e todos para me dedicar inteiramente à razão que dava vida ao meu ser. Agora, apenas posso relatar que foste a luz que nunca quis apagar e que és a fonte de inspiração nas palavras amargorosas do meu dia-a-dia.

Passou, já foi, mas ficou marcada, a alma que um dia foi marterizada.. É mais que um sinal. É um sinal que diz que eu estou viva.

O passado, não é totalmente esquecido é só mais uma página de um diário que ouso ler dia-a-dia. A vida é mais que dois dias, não posso esperar. O porque desta sensação de ausência, de solidão... que um dia tive o prazer e o orgulho de chamar paixão. Ardia sem cessar e fervorosamente até a chama consumar inteiramente o pavio desta vela a qual chamo "minha vida".

Foram horas e horas, dias e dias, meses e meses de dedicação a algo que digo com ou sem razão que não valeram a pena.

O viver do dia-a-dia transmitia-me afeição, respirava ambição e segurança no desconhecido, agora, só me resta esperar pela formação de memórias que foram a minha razão de ser e serão aquelas que me iram fazer chorar. Injustiças? Não encaro isso dessa maneira, encaro sim como lições de vida que me tornaram mais forte apesar de todos os dias chorar por quem não merece as minhas lágrimas.. Talvez me tornaram mais revoltada e desconfiada.

Com o tempo isto não passa, só ameniza a dor e acalma o desespero. Pergunto-me, não só uma vez: porque razão é que a impotência invade tão fácilmente o meu pequeno mundo, não o deixando progredir? Um tempo que era só nosso, tornou-se a minha perpétua prisão..

Respiro fundo e encaro isto nem que seja com um sorriso pouco radiante e mergulho novamente na imensidão de problemas que vivo, tento e recupero o tempo perdido e encontro outra razão que faça valer apena e que me torne ainda mais firme e irta do que sou hoje.


Soraya Morais

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