the land of confusion

Des Choses de Moi, dia 08

Uma carta escrita por ti, para um destinatário à escolha.

Porque és, foste e serás
O que já foi, já era e o que é, é inconstante nesta linha que se cruza entre o meu e o teu. Eras o que jamais ninguém será, és o que sempre foste e sempre serás. Ontem foste o meu orgulho, hoje és a minha frustração, amanhã serás o meu ideal, sei que serás.
És o sempre concreto, objecto veiculado pela minha mente, o ser imperfeito que Deus criou, és tu na condição imperfeita do divino ser humano. Certamente te amo, pelo que foste, pelo que és, e pelo que sempre serás, amor impossível verdade seja dita: amei-te até ao ponto incondicional, até ao infinito, muitas e muitas vezes com direito a ida e volta.
Serás sempre, o meu passado de muitas alegrias mas ao mesmo tempo, sabes como ser a maior das minhas desilusões, o pior dos meus pecados e o manifesto da pura ignorância depositada nesta esfera a quem chamam mundo.
Para muitos, és visto como uma doença mental que reside em manifestar-se em mim, para mim és uma virtude fonte de toda a minha liberdade. Amo-te mesmo sem quereres, amo-te por seres o que és da maneira como ousas ser.
Perdi-te na inutilidade dos meus actos, mas eu nunca te escorracei por muito que me pedisses. Nunca olhaste a meios para atingires os teus fins, passaste por cima de tudo o que te dei, de tudo o que espero de ti, por toda a minha fragilidade. Reabriste e acendeste a dor em mim, tocaste na ferida que arde sem se ver, e não, não é amor. É mais que isso. Muito e muito mais do que possas achar ou definir.
Um mundo, um mundo sem ti é vazio. Mas respeito que quiseste partir, mesmo que me tivesses magoado como nunca antes ninguém magoou e agora tudo faz sentido quando dizias que eu estava sozinha no mundo, é verdade, sem ti estou sozinha.
Quero que saibas que muitas serão as palavras que escreverei sobre ti. E todas elas valeram muito mais do que um papel. Todas elas são-te, inteiramente dedicadas, mas hoje e somente hoje, e este, e somente este texto terá pela última vez o teu nome escrito.
Amo-te sempre, torno a dizer, é constante. Foste, és e serás, o melhor e o pior de mim.

Para ti, João Pedro Sousa Guerra (o meu sempre, melhor amigo);
Tua, sempre, Soraya.

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