Vagueio no meu interior mais profundo e recolho toda a informação que me é possível de mim mesma. Vasculho cuidosamente as minhas memórias, e de todas elas recolho a que mais mágoa me deixou.
Como se de uma folha de papel antiga se tratasse, desdobro-a... minuciosamente, leio e re-leio cada parágrafo de dor, cada angústia presente em cada palavra. Leio em voz alta, páro... reflicto... continuo a ler. Era hoje, ou nunca mais seria. Nunca teria coragem para o fazer, sentir novamente todo o período em que as lágrimas foram as minhas companheiras na plenitude do sofrimento.
Sofrimento que é passível de qualquer explicação... limitei-me a senti-lo, acreditando que não, vivi-o novamente com a mesma intensidade. Masoquista talvez seja, este meu pobre coração dilacerado. Mas por amor, tudo se comete, todas as loucuras se permitem repetir.
Amar, amar é a intensidade de sentir a dor vezes e vezes sem conta.
Amar, foi o verbo que por ti não desperdicei. Nem no momento em que a dor e o orgulho falaram mais alto do que qualquer outra voz.
Amo-te. Amei-te. Não amo mais no presente. Ainda te amo demasiado no passado.
Este pensamento controverso, deixa-me viver a intensidade do presente, sem prestar pé no futuro. Recuso-me com escárnio, pisar o futuro sem que antes as plataformas estejam bem calcificadas, num chão real.
Sou amante do presente, apologista da liberdade sem medo. Sou apaixonada pela vida, em toda a sua plenitude, pois a força que reside em mim, é-me estranha e de tal grandeza que não sei como a explicar. Sou amante da paixão, vivo do amor! Vivo do amor, vivo das minhas experiências.
Vivo da mágoa que outrora senti, ao viver, ao reler o que de mais obscuro habita em mim.
E esta sou eu, despida do preconceito da dor; quando alguma vez disser, que o amor é uma tortura a quais poucos sobrevivem, façam-me ver que o amor é a minha força de expressão.
1 comentário:
f a b u l o s o ..
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