the land of confusion

believe


Neste natal, jurei para mim mesma que não iria desejar-te novamente, pois a tua indiferença é fel nos meus lábios, amargo e agreste como o frio e a chuva unidos contra o chão que se passeia debaixo dos nossos pés.
Custou-me, mas este foi o meu desejo de natal. Não te desejei a ti, e não desejei ninguém mais. Apenas pedi consolo e alguma compreensão, pois faz tempo em que não me sinto valorizada nem ouvida, respeitada nem sequer amada. Faz dor, quando encostadas ao peito, as memórias estão e inundam-me a cara de lágrimas. Mas já chega de passar por estes tormentos amorosos e pouco egocêntricos, que instalam o desespero em mim. Quero que a indiferença finalmente se compacte comigo, e me ajude a agir da forma mais radical e correcta. É tempo de remodelação interior, rasgar os véus tecidos de ciúme e impaciência, de levantar a poeira nostálgica instalada por cima do meu tenro coração, sacudir a nostalgia da minha mente e renascer em mim mesma, como se nunca antes povoasses o meu ser. Sim, renascerei novamente e renascerei quantas vezes forem possíveis, para que seja feliz.
A felicidade é possível e não depende de um estado de espírito, depende dos momentos, das pessoas, das lágrimas e da luta constante, depende dos abraços que nos deram e do beijo que há muito esperamos. É feita de viagens irreais, de reais e de viagens no tempo. A felicidade é a ponte entre o senso comum e o nosso próprio bom senso, está a um olhar de distância onde se consomem grandes paixões, onde se construem grandes amizades, mas está também na ilusão, na desilusão e na falsidade com que aprendemos, pois os nossos olhos concâvos às circunstâncias arriscam a ver para além do que realmente se vê.
Por isso, neste natal, aprendi a valorizar outro tipo de coisas, deixei a futilidade de lado, deixei de ser abarcada pelo meu ego insolente, deixei de alimentar sentimentos como a solidão e carência e resolvi, acreditar que algo de melhor está para vir. Acreditar, sim. É a palavra que há muito procurava, neste extenso comentário que teci por outras palavras obra da minha engenhosa mente.

1 comentário:

André disse...

Eu já li isto várias vezes que já nem sei se já comentei xD

Mas tenho de dizer, está profundamente perfeito.

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