the land of confusion

foste tu


Debaixo do vento, voo mais alto que uma águia, com fé me prendo ao esplendor de natureza, mas... prevejo o degrado do ser. Consisto em ser o que sou, somente aquilo que tento ser, nada de pragmático, nada de complexo.
Poiso nas ondas violentas da tua agonia, pairo nas correntes fortes de leste, oiço o chamamento da consciência e mesmo assim nego todas as hipóteses formuladas pois dentro de mim nada encontro, a não ser o calmo vazio, a tua ausência insistente.
Por muito que não te procure, vens-me sempre parar às mãos e impávida e serena te olho... olho e vejo a desgraça em que te tornaste, já não vejo quem há muito vi. Não passas de vergonha.
Mal dizer... aperfeiçoei esta minha técnica sem querer, fui obrigada pela inconstância dos meus pensamentos, entre todos os paralelismos infinitos da minha confusa mente. Para onde terá ido a minha alma, pois o espelho que reflectia a felicidade partiu... partiu e possivelmente nunca mais voltará... vaguearei nas sombras sempre à procura do tal encaixe, do coração que chora tal como o meu, para que ambos se completem e formem a manhã, o dia e a noite. A rotina próspera que é calculada minuciosamente nos meus sonhos.
Sonhos. Somente ilusões causadas pelo pensamento enquanto durmo, não mais que isso. Reflexões sem causa e sem propósito.
Despojos de vivências, despojos de desilusões que atacam-me sem perdão, que devoram a calma e serenidade e dão espaço à tristeza e decepção.
Já não te conheço e já duvido se alguma vez te conheci. És a pedra no meu sapato e razão do corte radical de toda a minha liberdade; tenho asas e não voo no firmamento pois todas as estrelas ocuparam o meu lugar e hoje não sou mais, que uma estátua antiga violada em plena praceta.
Sou chuva de Outono persistente que lentamente descobre a lua no ar... lua esta só que brilha incandescente sem arder. Onde estará o propósito ao qual tenho de me agarrar? Não há. Já houve. E foste tu.

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