
Perante a minha dura personalidade e orgulho besta, desmenti os meus actos e frajequei perante todos os meus sentidos. Deitei-me com o diabo, e como fruto desse romance proibido surgiu a minha consciência minimal que ousa afirmar-se.
Sussurra por entre todos os meus pensamentos, que o perdão é a fraqueza da realidade, depois de tal disparate respondi-lhe que o perdão faz parte do meu carácter, que eu sou digna ao perdoar o imperdoável, pois esta característica forte é o que faz de mim o que sou.
Durante meros instantes troquei tudo por maldade, fiquei cega e muda perante os juízos precoces da minha mente, que me castigou até que o cor da ilusão passou. As linhas delinearam-se novamente e eu pude respirar e tirar derradeiras conclusões, que a verdadeira força em mim consiste na lealdade que tenho a mim mesma.
Viverei somente, do núcleo que em mim criei e não esse núcleo em função de me criar, moldar e tecer todas estas palavras que deslizam dos meus dedos. Sou clara e objectivo face ao que penso, não penso com o coração, pois pensar é a doença letal do coração, sou irracional quando me torno irascível perante o corpo da tua ingénua argumentação.
Antes de começares, recorda que, no recorrer do nosso diálogo explorarei as tuas fraquezas e farei que a tua liberdade seja condicionada somente pela minha mão, pois mediante as tuas séries de razões, eu serei sempre mais correcta e justa, mesmo que para isso passe por cima das tuas emoções.
Dar-te-ei sempre, uma nova chance até... talvez até, cometeres o crime de partires sem razão, de atraiçoares a confiança que em ti sempre depositei, mesmo quando me deixaste pela primeira vez. Desta vez quem te deixou fui eu, e diferente de mim, reagiste e não refutaste a hipótese de negação. Este facto consumou o meu coração e a minha alma caiu por terra, quando me apercebi de tamanha injustiça cometi ao ignorar-te.
Retomei o percurso a qual me destinei, mas até que ponto irei eu dominar as minhas acções? Observar a minha ingenuidade a aguçar-se e a preparar-se para tomar conta de mim? Assistirei na tribuna a minha própria desgraça?
É uma questão de consciência. Sou aquilo que sou cheia de altos e e baixos. Deixei-me de extremos, passarei a regir-me por um equilíbrio, ou talvez por um pseudo equilíbrio. Espero que te lembres que cresci, e não sou mais a menina que fui quando me conheceste.
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