
Penso que um dia, não serei mais que uma estrela no céu. A passear a minha beleza espacial no firmamento. Incandescente e inflamável, sou eu, um escudo impenetrável, com um trave amargo de chocolate preto.
Escrevo, junto ao mar, junto ao paraíso na Terra, onde o vento me murmura, que a espera não vai ser eterna. Esperarei aqui, o tempo que for. O tempo, é apenas uma referência, não uma marca, não o destino. poderei nunca vir, a o controlar, mas dar-me-ei por feliz se um dia por vir a o acompanhar, numa jornada perpétua de mútua felicidade.
Percorro sozinha, o deserto da minha pele, como seria bom, poder isolar-me nas arcadas da tua mente.
Sinto-me dona de mim mesma, na mais suprema e egoísta maneira. Sou apenas, aquela que passa e ninguém vê. Ou apenas a que vêem e deixam passar. Sou a libertina no quimérico destino, das desavenças das memórias encurraladas no mais obscuro de mim.
Poderei vir a revelar outra face, num outro momento, perdido neste tempo futuro.
Farei a areia invadir-me os pés, e mergulharei as minhas mãos nas lágrimas salgadas que chorei por ti, nesta imensidão que é o meu mar. Navegarei até um dia, encontrar novamente um porto seguro. Que me fará sentir, reluzente no topo do farol. No topo do mundo.
Vou aprisionar as minhas mãos, em torno do meu coração, e não serei apenas mais uma referência, apenas mais uma sombra a pairar nas terras longínquas da própria terra. Serei teu sangue a correr nas veias, quente e fluído. Serei o teu medo e devassidão... mas também serei tua para sempre.
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