
A minha voz cansada e asfixiada tem travos de canela e no seu timbre doentio e ensurdecedor existem doces frutos.
As fissuras da minha pele, são saudades envelhecidas de horizontes desabados junto à dura lembrança derrotada pela inconsciência do remorso.
As minhas mãos, são escravas da persistência, irrompendo de cegas ilusões que um dia foram clamores de mais além.
E quem de mim hoje sabe? Se quem de mim vê, pouco além da aparente transparência da fumaça do cigarro, que avança no interior do ser, arranhando esta boca que na presença do discurso descortina o véu do aquém além, numa visão efémera. És engolido, és dissolvido, és palavra morta na minha voz. E facilmente na memória remota deste cérebro desfragmentado serás facilmente prendido, e no toque das minhas mãos, escorregarás na extremidade dos meus dedos.
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