
Muitas palavras escrevi, num extenso papel que agora guardo bem perto, mas ao mesmo tempo receio a distância a que levo dele.
Desdobro-o, com cuidado para não rasgar... lá dentro conto a história da minha vida. Leio cada linha como se fosse a ultima vez que a fosse ler, repito maquinalmente todas as palavras que me fazem voar e reviver momentos passados.
Páro, e releio novamente este parágrafo. Como este me faz viver novamente, todas aquelas emoções.
Passo a página à frente. Solto uma gargalhada. Como me lembro tão bem deste riso, deste gesto, daquele brilho no olhar. É como um filme, que agora passa diante os meus olhos.
Estática fico, quando leio uma frase que eu destaquei. Todos os borrões que surgiram daí a diante. Aquelas manchas negras, aqueles riscos todos à procura da palavra exacta que parecia não querer ser escrita. Aqueles espaços em branco, guardados à espera do momento propicio para ser preenchido; aquelas horas de tormento, em que o choro era incontrolável. Todas as páginas em branco que deixei, à espera que fossem escritas. e de um momento para o outro tudo mudou.
Muita coisa aconteceu.
E como tudo não pode ser explicado, para sempre irá estar guardado. Neste meu frágil pedaço de papel.
E um dia, voltarei a le-lo. Por agora não. Foram as muitas páginas da minha vida. Que simbolizam a criticidade de alguns momentos, felizes ou infelizes.
É estranho como me sinto perturbada cada vez que leio. e agora, nunca mais vou ver.
INTÉ.
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