era ele

Foram precisos inúmeros e extensos quilómetros, para que descobrisse os olhos que sob mim pousaram, para que uma corrente invisível me prendesse aquele ser que acabará de iluminar o meu dia.
Cruzamos-nos e foi imediata a empatia, ele seguia o seu caminho tal e qual como eu o fizera, mas no momento em que ele sabia que a minha imagem desapareceria do seu campo de visão, olhou uma última vez para trás, com os seus grandes e azuis olhos, pois saberia que possivelmente o reencontro não iria ser possível.
Fiquei presa ao seu olhar meigo, ao seu porte atlético, à sua beleza rara, ao seu cabelo que lembrava ouro - comprido, aquela barba que as minhas mãos poderiam abraçar sem nunca mais o largar, aquele beijo preso pronto a soltar-se, relembro mais uma vez os olhos pelo os quais me apaixonei. Foi um encontro perfeito, no silêncio onde nenhuma palavra ousou pronunciar-se.