
Pergunto ao vento, o porquê de este me levar, e a melodia do seu adeus faz gosto em me lembrar que nada é para sempre. E que o nada está cheio de tudo, até de um inverno calorento, e de uma ferida que doí sem existir.
Junto ao meu peito, arde forte a lembrança, que escorrega amargamente na minha boca quando o teu nome surge nos meus lábios. É o teu cheiro, junto da minha pele que perfuma a tua ausência que nostalgicamente lembro quando as chuvas outonais ousam chegar, rompendo o céu melancólico, que pinta a minha paisagem.
O eco estende-se mar fora, as tuas palavras deram à costa, vazias e silenciosas, como a mentira na calada da escuridão.
Os passos vão pela calçada, como o som triste que se pronuncia nos meus ouvidos; e nas mãos se encontra o passado, e na mente instala-se o futuro, o presente não cabe nas largas dimensões do espírito, ocupado de tanta solidão, repele a energia, descarrega a apatia oriunda da frustração que é ver-me presa na liberdade plena, de que são feitas as minhas vivências.
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