Prometido é devido (bem, não foi ontem que escrevi as peripécias de Cuba, mas é hoje).
Bem, eram cerca das sete e meia da tarde quando chegamos ao aeroporto de Varadero (menos cinco horas que em Portugal), estavamos exaustos da viagem de onze horas, sim, foram onze horas de tédio, enclausurados num monte de ferro com asas (partilhando-o com imensos senhores e senhoras e alguns individuos "putos" tal e qual como nós do Colégio Valssassina), fizemos escala de uma hora e meia em Sta. Maria nos Açores, dentro do avião.
Mas lá se passaram as onze horas de voo e finalmente chegamos, estavamos mortos por um cigarro, por ar, por terra, por tudo. Mas, antes de atingirmos a porta de saída do aeroporto, passamos por uma data de seguranças, inclusivé, tivemos de passar num gabinetezinho, para mostrarmos o nosso belo passaporte, o nosso visto (ora pois, o senhor simpático - ou não, que não me dirigiu uma única palavra apontou para um papel num formato de um quadrado quase perfeito que eu desconhecia por completo, entrei em pânico, pois sem aquele famoso papelzinho a Soraya não entrava em Cuba, passado cerca de cinco minutos de busca intensiva oiço um berro vindo da multidão que dizia: "Soraya, o visto está dentro do envelope laranja que tens na mão", tchanaaaan, encontrei-o) e o nosso b.i. Contudo, o homenzinho simpático, ou não, mandou-me olhar para um sitio qualquer atrás dele, estava algo longe e a Soraya é pitosga e não conseguia ver até que a Leonor, a minha companheira super fixe me disse de soslaio que eu tinha de olhar para o canto superior direito do cúbiculo do senhor simnpático, ou não, onde se encontrava uma mini câmera para me tirar uma bela de uma fotografia para que o senhor simpático, ou não, tivesse a certeza que era eu Soraya Vitória Rodrigues Bento Morais a entrar em terra cubana.
Após isto, passei ainda por umas maquininhas, onde apitei três vezes e ninguém sabia o porquê de tanto apito, enfim, lá passei pela coisa chata e fui buscar o meu trollei mega fixe branco e duro onde trazia toda a minha roupinha de verão e super Soraya.
Quando tive o meu trollei, nas minhas mãos, desatei a correr para fora do aeroporto e saquei da minha malinha de mão, um marlboro de menta que havia comprado no aeroporto de lisboa juntamente com o Filipe Pimentel e com a Catarina Garcia, coube-me a mim ficar com quatro maços e mais um de marlboro normal que já era meu desde sexta feira. Digo-vos, o cigarro soube-me tão, mas tão bem que até fumei outro logo de seguida (mas antes de acender o meu segundo cigarrinho cravaram-me três cigarros e como boa samaritana que eu sou, dei de boa vontade).
Afim estes minutinhos de alivio para matar a ressaca de onze horas sem tabaco, entramos no autocarro que nos levaria ao Hotel Palma Real de quatro estrelas localizado a cinco minutos a pé da praia e mesmo no centro de Varadero. A viagem demorou cerca de trinta minutos, e eu, tal e qual como havia acontecido no avião, adormeci em pares de cinco minutos.
Às oito e trinta e três chegamos ao nosso hotel. Ficamos encantados!
Entramos as grandes portas de vidro, e à nossa espera estavam um grupo de músicos, típicamente cubanos que cantavam e tocavam maracas, baixo e outro instrumento qualquer uma música tipicamente cubana direccionada para turistas, adivinhem lá qual era? GUANTANAMERA. Pusemos-nos logo a cantar e dançar na recepção, mas calma, aconteceu um milagre - podia-se fumar em qualquer zona do hotel, excepto no restaurante "Buffet" - foi uma dádiva mesmo.
Após a grande recepção e a grande notícia, dirigimos-nos ao balcão para fazermos o check-in e recebermos as respectivas chaves do quarto, algumas informações e umas pulseirinhas cor-de-rosa que nos davam acesso livre a tudo, e quando me refiro a tudo é mesmo a tudo.
Tendo então tudo o que necessitavamos, fomos directinhos aos nossos quartinhos com os respectivos companheiros e respectivas companheiras (a minha companheira era a Leonor, a minha companheira super fixe, namorada do meu companheiro super fixe). Chegando ao nosso quarto, eu reparo que só existe uma cama, e desatei a refilar (mas vá lá, o quarto estava todo bonitnho, a casa de banho era boazinha e tinha varanda e cinzeiro), pousei a mala no quarto e fui reclamar da minha cama (que precisava de uma cama só para mim, porque mexo-me muito e ainda podia matar a Leonor, e não era isso que eu queria), após a reclamação fui jantar e tchanan, passei fome. A comida, eram restos do que tinha sido o jantar e fruta, fruta era mentira.
Começou a fazer frio, e visto que só havia uma chave do quarto (por enquanto) pedi à Leonor que viesse comigo ao quarto para que pudesse vestir algo mais acolhedor (a minha t-shirt dos Nirvana). Mas antes disso, fui visitar as minhas meninas (Margarida e Garcia) ao quarto 2114 (o meu era o 2112), às tantas adormeci cerca de uns dez minutinhos no quarto delas e acordei meia em sobressalto e lembrei-me que havia uma reunião de grupo às 22.30h e nós já estavamos atrasadas um bom bocado. A Meggy e a Garças, ficaram no quarto, e só depois de ter saído do quarto delas é que fui buscar a Leonor e fui vestir a minha t-shirt mega gira dos Nirvana e fomos as duas a correr para o restaurante "La Bamba" (que estava aberto 24h) para a dita reunião e já bem atrasadas.
Quando chegamos lá, os professores olharam-nos com olhos de ouças, parecia que nos iam matar, juro! Sentei-me numa das únicas cadeiras livres ao pé da Ana Jin Ye e do Filipe Apolinário (Polly), logo a seguir a professora Fernanda Barbosa mandou uma indirecta para as "atrasadas". Poucos minutos depois, o Pedro Henriques (Icas) veio sentar-se na cadeira vazia ao meu lado.
Apanhei o sermão a meio, e pelo que entendi (o que vou relatar agora, sucedeu-se na minha ausência quando fui vestir a t-shirt e visitar as minhas meninas) foi que os alunos maristas (nós, portanto) estiveram a beber bebidas alcoolicas sem permissão dos professores, e ainda mais grave, doadas por desconhecidos - os canadianos (os grandes rivais dos nossos queridos professores). E houve alguns berros, tanto da parte dos professores como da parte dos alunos, eu estava no meu cantinho a dizer disparates para o ar e para quem estava ao pé de mim (típico). Conclusão desta reunião... podemos beber, mas temos de pedir autorização aos professores (ohh, que visão amorosa e rídicula!) Lá saímos do bendito restaurante, após a bendita reunião, e fomos para o Lobby (o bar perto da recepção, cheio de mesas e cadeiras, sofás e mais cadeiras e mais mesas) e a Soraya como boa menina que é, abeirou-se junto da sua Dt. e perguntou-lhe: Professora, posso beber uma bebida? e eis que a Professora, meia embasbacada, respondeu: "Hum, podes.", e lá vai a Soraya toda contente ao balcão e em biquinhos de pés pedir um Cuba Libre (Ron e Coca-Cola).
Eu com o meu Cuba Libre na mão, dirigi-me até ao António Joaquim Ramos, o meu querido professor de Educação Física (Toquim) e perguntei-lhe o que podiamos fazer mais hoje e eis que ele pronto me responde: "Podem fazer o que quiserem desde que às duas da manhã (volto a repetir: menos cinco horas que em Portugal) estejam nos respectivos quartos." Sem mais nada a dizer, a Soraya agarra no Filipe Pimentel, que por sua vez agarra na Juliana (Jully) e vamos os três em passo acelarado à discoteca perto do hotel - Havana Club.
Quando lá chegamos, olhamos para a fila que estava à porta e quase apanhamos um desgosto, mas antes que isso acontecesse o segurança do Havana Club perguntou-nos no seu espanhol formoso se estavamos instalados no Hotel Palma Real, e nos prontamente respondemos que sim e mostramos as nossas pulseirinhas rosa. Todos contentes entramos, e aquele ambiente contagio-nos completamente.
Ao ir para a pista de dança, um senhor grande negro agarra-me e pergunta-me se "quero bailar con ele" e eu digo-lhe na hora: Non, obrigado. Estoy com mi namorado (mentirinha), e ele lá me largou.
Lá fui eu toda contente para a pista de dança com a Jully e com o Filipe P. e levantamos o pé do chão. Meu Deus, lá em baixo fazia um calor do demónio e haviam raparigas a serem devoradas por quatro ou cinco rapazes, que deboche! No entanto, no meio do bacanal e da dança, aparece o Toquim e o seu fiel "escudeiro" (em tom de brincadeira) o Professor Daniel Pedro (Dani Pedro) e juntaram-se a nós. E mais, logo de seguida, avisto o meu Duarte (Dudas) todo ensonado, o meu João Azevedo (Azeite), o João David (John Davis) e o Pedro Monteiro também a baloiçarem-se na pista.
Às tantas quantas, todos desaparecem e os Maristinhas no Havana Club resumem-se a mim, ao Filipe, à Jully e ao Dani Pedro e ao Toquim, mas o nosso trio foi para um cantinho "bailar" até que a Jully vê um bife canadiano que lhe interessa e vai tentar a sua sorte e sabem uma coisa, ténénéu, não conseguiu nada, mas depois algo de estranho aconteceu, o bife da Jully veio para trás de mim e começou a dançar, e o amigo dele foi dançar para trás do Filipe P. (estranho não é).
Passado algum tempo, um rapaz vem pedir-me isqueiro e olha para a minha t-shirt e diz super radiante: "NIRVANA ROCKS" e eu: Dammmn (expressão do Filipe P.) e ele: "Nice shirt, nice style" e eu respondi-lhe com um cumprimento mesmo metal.
Eram quinze para as duas e retiramos-nos da disco e fomos dormir para os nossos novos quartinhos: adivinhem - JÁ TINHA UMA CAMINHA PARA EU.
(amanhã conto-vos o resto, agora vou jantar porque estou cheia de fome.)
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