
-"Vamos dançar! Não aceito um não como resposta."
- És louco. Está frio, não me apetece sair de casa e tão pouco sei dançar.
- "Não precisas de saber dançar. Quero apenas sentir-te perto de mim."
- Hoje não há nada que me arranque de casa. Nem mesmo tu. Sinto-me um caco, e ainda agora começou o ano, eu disse-te... que não ia correr nada bem.
- "Deixa-me levar-te a dançar!"
- Pára de ser egoísta! Não vês que não quero e que estou farta? Não quero dançar, não quero mais nada.
- "É fantástico como às vezes consegues ser tão desmancha prazeres. Tudo bem. Problema teu."
- Vai tu e diverte-te.
- "Sem ti não é a mesma coisa, nunca é!"
***
(trinta minutos após a conversa, alguém toca à campainha)
- Quem é?
- "Eu."
(a porta devagar se abre, ainda surpreendida, esconde-se por trás da mesma e espera que a sublime figura por quem se apaixonará havia já algum tempo rompesse a escuridão que se pronunciava no apartamento. Ele entrou, com uma garrafa de champanhe francês numa mão e na outra segurava - como sempre - uma rosa, desta vez, branca.)
- "Trouxe-te esta rosa, como sinal do respeito que sempre senti por ti. Pela calma, que pretendo que o teu espírito acorrente e pela serenidade, que a nossa relação deverá levar a cabo por quanto tempo nós quisermos."
- Não era preciso vires aqui ter, deverias estar a divertir-te com os teus amigos.
- "Sem ti, já não sei o que é divertimento. A tua presença acende o fogo que tenho pela vida e a tua ausência trás dor à minha alma."
- Porque me estás a dizer tudo isto?
- "Porque nunca tive a oportunidade, de te surpreender com este tipo de discurso."
- Já tiveste sim... porquê agora?
- Dei-me conta que a minha vida sem ti, não faz qualquer sentido. Que por muito amor que eu partilhe com o mundo nada se compara a ti, aos nossos momentos. A vida trás-nos coisas sublimes, suaves e passageiras, mas tu... tu nunca foste, nem serás algo passageiro, és inevitável. A minha vida. Trazes-me a esperança que sempre procurei nos olhares. És...
- ... chhh... meu amor. Não digas mais nada. Eu amo-te. Amo-te, como quem ama o impossível, com garra, com paixão, com ânsia, com luxúria... com todos os prazeres. Não sei porque te estou a dizer isto, porque penso que o demonstro. Sabes que não sou de muitas palavras, aprendi, com a vida, que o tempo é escasso e as palavras são muitas. Não há tempo para te dizer, quero aproveitar cada fracção irredútivel deste tempo para desfrutar contigo. Fazer tudo e muito mais. Sei que por vezes não sou o que mereces, mas eu amo-te. Muito. Muito.
(deu-se uma longa pausa, onde ambos os olhares se tocaram num beijo tão profundo como o derradeiro amor.)
-"Fazes-me tão feliz."
- Nada comparado, quando me dás a mão e o meu coração, dispara como se quisesse fugir e alojar-se no céu. Sim, porque é lá que vou quando invades de mansinho os meus pensamentos.
***
- "Vou mostrar-te o quanto sou dotado para a dança."
- És tão parvo!
- "Concedes-me esta dança?"
- Visto que ninguém está aqui para ver - o sorriso irradiou o seu rosto - aceito.
(abraçados ao som de uma balada romântica)
- "Não me deixes - uma lágrima, escorria agora do seu rosto masculino perfeito - não deixes que este sonho termine."
- Supostamente, eu é que devia ficar com a lamechisse...
- "Não me importo de ser o maior lamechas, se for por ti, sou isso e muito mais."
- Aíii, como eu sei que isso é verdade. Amo-te.
- "Deixa-me ficar, hoje contigo. Prometo, que amanhã te levo o pequeno almoço à cama.
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