the land of confusion

crónica de não saber


Senta-te, penso não me demorar. Espera-me, recuso-me a negar-te... pega na minha mão, não me iludas mais.
Desembolsas um pendente estranho, fitas-o com alguma necessidade de fuga, voltas a guarda-lo, retribuís-me aquele sorriso, meio enviesado, meio cínico. Estás-me a ouvir? Será que realmente, as minhas palavras chegam até a ti? Sem qualquer tipo de intreferência? Recuso-me a pensar que não, mas na realidade ambos sabemos que sim, que as ignoras, foges.
Neste jogo interminável, sabemos que não existem vencedores. As minhas lágrimas cessaram, quando na incontrolavel e irrevogavel vontade, no momento de impedir que, te fosses embora.
Será que custa tanto seres sinsero? Quando pensei que fosse a metade que te completava, o teu outro polo, o teu outro tudo, pensei que a mentira fosse algo inexistente entre nós. Enganei-me... enganei-me, pois já não me olhas nos olhos...
"Porque é que não me olhas nos olhos quando pedes perdão? Será que é por saberes que neles vês o reflexo do teu coração?" Tens medo, estás a tremer. Porque é que não me fitas da maneira com eu te fito? Será por não seres o homem pelo qual me apaixonei?
Será que me envolveste neste véu espesso para que a obdiência fosse uma das minhas características? Que fosse submissa ao teu perfil? Não.
Para mim chega.
Pois nos teus olhos detecto, fragmentos de quem sou, naquilo em que me tornei.
Não sei para onde ir, nem porque aqui estou sozinha a idealizar o nosso reencontro e puder dizer-te tudo aquilo que nunca te disse.

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