the land of confusion

back to beginnings


Vivo diferentes vidas, daquela que efectivamente devia viver. Invado espaços que não me pertencem. Sinto-me desfeita interiormente, e sinto ainda que o meu coração está descompassado e que estou a perder o controlo sobre as minhas emoções.
Sinto o passado a percorrer sedosamente o meu pescoço, e parece que é só isso que me prende aqui.
Sempre que volto ao inicio, derrapo e lá estou eu novamente, à beira do precipicio, inconstante, sem saber o que fazer. A minha terra é uma ilusão, e o chão que piso não passa de uma fracção de esperança que treme a cada passo, com o risco de desabar.
Em mim mesma, existe um refúgio, por muito pequeno que este seja, resguarda-me das tempestades. Um pequeno santuário a que chamo casa. Mas estou farta de estar aqui, sozinha. Eu fujo. Fujo, ainda não sem para onde, ainda não descobri o abrigo perfeito.
O inverno já chegou, e eu encontro-me gelada, deambulando pela rua de ninguém à procura de quem... à procura, a tentar... eu procuro a minha resistência, o meu porto seguro.
A porta para uma nova vida, continua fechada para mim, os outros ao meu lado, passam-na sem dificuldade... mas eu, eu ali estou perplexa, por a porta não abrir para mim.
Há muito tempo que aqui estou, só não sei há quanto tempo.

1 comentário:

nés, disse...

Às vezes também sou assim. Demasiadas vezes.

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