the land of confusion

words, can't do speak for this moment


- "Onde estás?"
- Em casa, sozinha e doente.
- "Fui ao portão da tua escola, exactamente quando tocou às 11.50h para te poder dar um beijo de bom dia e vi saír toda a gente menos tu. Não me atendias o telemóvel, não atendias o telefone de casa e eu entrei num estado de nervos impossível de acalmar."
- Não te preocupes, já sabes onde estou e como estou. Relaxa.
- "É impossível de relaxar, não achas? Tu aí deitada, e ainda para mais sozinha! E se te acontecesse alguma coisa? Que faria eu? Explicas-me?"
- Príncipe, não é nada de grave, é só uma constipação fácil de curar.
- "Queres que passe por aí?"
- Para quê? Para te pegar e depois passamos a ser o casal 'lenços de papel' e eu... recuso-me a usar essa etiqueta.
- "És mesmo parva! Eu quero lá saber se me etiquetam com o qualquer que seja, a única coisa que me deixa feliz, é ver o bem que te faço e o sorriso que plantas no teu rosto quando te tenho nos braços. Coisa, que já não troco por nada, mas mesmo nada!"
- Vem depressa então! O quão depressa conseguires, para que num estalar de dedos estejas bem do meu lado, para que aconchegue a minha cabeça no teu peito e claro... que me dês daquelas massagens que só tu és perito em dar, para acalmar as minhas costas ainda doridas da noite de sábado.
- "A tua sorte, nessa noite, é teres estado demasiado bem, demasiado nas nuvens, demasiado feliz e demasiado ocupada a deslumbrares com aqueles movimentos todos que tu lá gostas. Nada me deu mais prazer, que ver-te fazer o que mais gostas."
- Desculpa se me descuidei de ti pequenino.
- "Nada disso. Apesar de tudo, nunca te larguei. As minhas mãos nem descolaram de perto de ti!"
- Onde estás?
- "Exactamente na marginal, junto ao forte. Quase a chegar aos sinais chatos."
- Estás de carro, certo? Está demasiado frio. Não te quero por aí de corpo bem feito, montado na tua "menina" de duas rodas.
- "Sim, estou no fiat preto, o meu carro foi ontem para a oficina. Larguei lá, ainda um bom dinheiro. Só me dão prejuízo estas maquinas!"
- Sim, sim, sim. Amor, despacha-te!
- "Olha lá ó pita, não me apresses, sabes que estou a desprezar imensas regras e se sou apanhado pela polícia estou bem lixado."
- Calate parvo, sei que o que fazes não te custa nada. Tu gostas!
- "Deixa de ser convencida pirilampa! Mas vá, tens certa razão. Estou ansioso para chegar perto de ti."
- Amo-te, sabias?
- "Não mais que eu minha pequena flor."
- És mesmo real?
- "Sou, e já estou à tua porta, com as chaves em punho."

(A maçaneta da porta rodou e lá estava ele, sempre cortês, com o seu estilo rebelde, despenteado e com um lenço cinzento ao pescoço, as calças descaídas tal e qual como eu gosto, o cinto castanho e a camisola de algodão escura, com o seu relógio em cabedal castanho sem esquecer a pulseira no outro pulso, que lhe ofereci o mês passado. E como, se tratasse da primeira vez, lá estava ele, com uma rosa nua, branca, tal e qual como a minha pele.)

(Ele abraçou-me e no momento, senti-me no topo do mundo. Tal como todas as vezes quando ele me leva a planar, quando me beija e me deixa sem fôlego. Se é ele? Se não for ele, então não é mais ninguém.)

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