
Por minha vontade, sem vergonha te agarraria as feições e atracava-as junto das minhas, de modo a negar a fuga possível, e determinadamente, chegar a ti, num gesto tão rápido e tão profundo como um beijo derretido nas nossas bocas sedentas por algo mais.
Alguma vez, pudeste extasiar-te, com a alucinação forte de quem ama só por amar?
Não respondas, eu mostro-te.
Conduzo as tuas mãos, em torno da minha silhueta, bailamos ao som do silêncio que se fez no quarto escuro, o compasso é o mesmo, o ritmo muda em gradação do baixo que escutamos invisivelmente no espectro da nossa mente. Com os meus olhos, dispo-te, tal como as sílabas que produzo na minha voz, ma-qui-nal-men-te.
Nada poderá correr mal, quando a timidez desfalece e a loucura apocessa os corpos, que numa inebriante dança por entre as colchas e lençóis baratos daquele quarto, não sei onde, escuro e tão claro ao mesmo tempo.
Pára!
Exclamou, uma voz no escuro.
Fez-se um eco surdo.
O meu sonho acabara, e tristemente eu descobria, que nunca estiveste onde eu estou.
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