the land of confusion

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Passeio-me nas linhas do teu rosto, perdida por entre pensamentos. Todos eles paralelos, todos eles paradoxais fazem lembrar os ventos, todos eles definidos mas surpreendentes pois de tal forma grandiosa é a sua majestade, que todos os temem.
São estes que me elevam, e levam a sonhar, acordar e relembrar a pérola da tarde anterior e aquele mar tão calmo e silencioso que tropeça por acaso nos meus pés, que consequentemente... consequentemente já me invadi-o a alma com calafrios. Tal e qual como o teu beijo futuro no meu pescoço nu.
Como é bom poder sentir o que ainda é só um sonho numa manhã de Outono, que estranhamente lembra os primeiros dias de Primavera, que nos sorriem de soslaio e nos convidam a acordar e a desfrutar dos prazerosos dias que aí vêm. Como é bom ser ingénua e viver no meu conto de fadas, fantasiando uma e outra vez, para além das grandes muralhas de que é feito o meu reino.
Príncipe dos meus dias, tu que vais longe e me conquistas com tamanha dedicação, nos gestos que pronuncias no silêncio do escuro. Vem... vem de mansinho, para que no tumulto do sétimo sono me arranques a agonia que enfrento sozinha. Triste solidão e desilusão quando enfrento a realidade, o peso que sobrecarrega os meus ombros.
A névoa que veio, que não quer partir, enganou os meus sentidos com a sinistralidade de uma ilusão. Agora que quero voar... voar sempre mais alto... não consigo, sinto-me presa onde estou. Partilha comigo a tua alma vadia, para que eu não seja uma só mais alma perdida. Mente, mente vaga e subjectiva que me mantens acorrentada liberta-me no tempo, para eu caminhe sozinha mas digna de exercer os meus próprios passos, deixa-me construir o meu "fado".


R
E
A
L
I
D
A
D
E


A musicalidade das minhas linhas perdeu-se e descoordenou toda esta sintonia em que o ritmo descompassou. Os pezinhos deixaram de se enlaçar no chão... e ali, vejo o espectro de um corpo, que jaz no meio do palco. Sou eu, estendida e entediada, foi o medo que reapareceu e me converteu na sombra da vergonha. Pois da quimérica ilusão floresceu a realidade que veio desalmadamente ao meu encontro... e continuo estendida, ninguém deu conta que ali estava. (Permaneci, no mesmo local... adormecida.)

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