the land of confusion

I'm lost inside me


Enlouquecedor, este desejo absurdo de te libertar da minha quente palma de modo a que as tuas asas se soltem e se desacorrentem de mim para que um dia mais tarde tu me possas vir visitar sem que a consciência minha de que a tua forma jamais me atormente.
Hoje, ainda não é possível que a tua minimal sombra não me incomode, mas mais tarde, serás lembrança resguardada em mim. Não serás mais que pó, por entre toda a poeira existente em mim. Não serás um sonho ou ilusão, serás o fruto do alcance perdido e da magia quebrada, por desventuras mentidas, na falsa balada que ousaste tocar para mim.
Na tua memória embalsamada, petrifiquei e centrei os meus medos que me tornam gelo. Inquebrável.
Sou não mais que uma estrela perdida no firmamento, quente de desejo de te ver partir. Para longe, bem longe de mim. Para que à noite não me acordes mais num grito surdo que irrompe da minha garganta, do ter amor por ti e não te o saber dar. Jamais haverá oportunidade de te amar, uma e mais outra vez, pois por ti amor foi infortuno, desperdiçar o que de mais belo tinha para dar. Não a ti. Nunca jamais a ti, que julgaste usa-lo de rascunho, onde pudesses somente escrever notas. Nunca tiveste mais do que meras impressões.
Se há manuscritos desta história que insisto em reter, é devido às minhas mãos, sacrificadas de tanto papel.
Que nos calos das minhas mãos, sejam informes os calos que a minha alma adquiri-o, por pisar o território pedestre mal calcificado.
Ainda oiço, as tuas palavras, naquele tão antigo abraço, que hoje se apossou de mim e que me levou a divagar. Que me deixou confusa e impotente. Quero que partas e que partas já, mas como me posso despedir assim de tal fragmento que és da constituínte fórmula que é a minha curta vida.
Fico doente, só de pensar. Fico doente só de não pensar, que um dia houve alguém que arrisquei.
Triste sou, somente eu sou triste alma a divagar, na melancolia do sonho em que pena o desassossego onde sofro continuamente a humilhação de cada vez me conhecer melhor... bem melhor.
Ver claro em mim, é um estilhaçar de uma vidraça, de quando o corpo circula, numa dança de hesitação e de algum capricho, na busca incessante da correcta definição, da possível concretização de encontrar a doce, a bela, a ávida, a pura mulher que pretendo ser.
Lamentos. Lamentos e palavras soltas que ondulam no papel, que são traços de memórias e de sonhos por concretizar.
São lamentos chorões, são as incapacidades nas faltas de mim mesma.
O excesso de conhecimento, causa-me uma náusea tremenda, pois a fatalidade do que sou impede-me de te ter.
Foi assim que te perdi. Tenho a certeza.

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