A gritaria infernal, instala-se na região periférica da minha alma, onde regem as memórias e os desejos, de revolver as feridas mal curadas, que o tempo aliviou mas não sarou. São fardos pesados, que vivem embalados, na emoção de momentos, das visões do quotidiano e da certeza da incerta decisão de recuar ou avançar, neste impasse dançante que é o destino.
Acordo, deitada e rodeada de demónios. Demónios estes, meus aliados de pensamento. Demónios interiores, que me apavoram, mas estranhamente me acalmam em dias em que o sol para mim não nasce e na escuridão da presença transparente, amanheço no branco e preto.
Deitada em mim, absurda tristeza, apazigua o fumo inalante da cigarrilha, pendente nas mãos de trapo, da marioneta viva. Esta que sente, está que arde mesmo sem se ver, por entre a multidão se esconde. Por trás da máscara grega.
Desfio os fios da malha, de minuto sim e não. Procuro respostas, nas calamidades da injusta calçada, do beco sem saída, desta merda que é a vida.
Sim, porque não há traços de boa nostálgia, que agora queira recordar; apenas os traços da pura melancolia, que me enche ao anoitecer do dia e que a escrava mão ousa escrever, descrever... a intensidade da mentira com que preenche e pinta a vida.
Só, agora entendo, o porque de a vida ser bela. Que, todas as interrogações, e a má pontuação desta história somos nós, e que a vida é bela, na sua utópica definição. E nós... nós que choramos em vão, as lágrimas dos que vão, da dor sentida na solidão, são apenas perífrases.
Volto a recordar na confusão, da bela merda de vida, que por ser tão difícil é que dá prazer em vive-la.
Exactidão e conformidade de um pensamento redundante.
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