the land of confusion

foreclosure of a dream


Muito perto da realidade, toquei no véu do tempo, desloquei o sol do horizonte, mergulhei-o no oceano e gelei o fogo proveniente do interior da terra. Toquei, na maior estrela, abrigada no pano azul de fundo conhecido como céu, dei mais cor ao arco-íris, que me visita nos dias chuvosos.
Da minha janela fotografo as partículas viajantes do espaço, nanométricamente minúsculas. Respiro fundo, estico a mão, e eis que acontece o impossível.
-Toco o ar.
... Na sinistralidade da noite, vagueio numa rua estreita, escura. Não sei onde estou. Percorro-a, em pés descalços e tornozelos nus, uma encharpe nos ombros, de vestido de linho, branco como a neve proveniente dos Alpes Suíços. Um feixe de luz encandeia os meus olhos, cega a ansiedade da loucura que electrizante preenchia a minha pele... corri em direcção a ela. A sua intensidade aumentava, ao ritmo descontrolado do meu batimento cardíaco, o ar quase me faltava.
De repente, dei por mim num prado verde, fértil em tudo, com os mais pequenos e delicados frutos da mãe-natureza.
Ao fundo... bem no fundo, quase a escapar da minha linha de vista, avistei um espectro negro, encostado a uma árvore. Aproximei-me...
Parei um momento ao observar, a estranha forma que repousava junto aquela paisagem verde pura. Uma rajada de vento fez esvoaçar o meu cabelo e fez-me desequilibrar. Fiquei assente no chão. Quando me quis levantar, algo me apoiou e ajudou no percurso até que os meus pés fossem a única parte do meu corpo a tocar as ervas verdes. Curiosa, olhei para trás e não vi nada.
De fundo, algo me disse que, "quando menos se espera, o impossível se torna realidade".

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