Se a vida fosse uma tela, neste momento eu ao pintá-la cessava os estridentes gritos do meu interior! Usava cores bravas e traçaria com elas todos os meus desejos e conquistas. Com as cores escuras acabava de vez com todas as tristezas que ainda restam.
Desenharia uma circunferência o mais perfeita que conseguisse, delineava o mundo e o céu e pintaria com cores doces o paraíso e de cores vivas os sabores da vida. Com uma caneta de filtro escreveria o tanto que pudesse e sublinhava cada expressão e cada sentimento, após isso preenchia-os com alegrias e multiplicava-lhes orgulhos. Soprava um pó dourado para tornar a obra mais viva.
Com a euforia e a loucura de artista, num gesto bem forte, rápido e genial riscava todas cores frias e sobrepunha a felicidade. Com a borracha apagava certos momentos maus.
Finalmente, com um pincel fino assinaria a obra não como minha, mas sim como "Ser transcendente".
Soraya Morais
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